Em 1864, o comodoro Matthew Perry, comandante de uma expedição naval americana, conseguiu fazer com que os japoneses abrissem seus portos ao mundo com o tratado "Comércio, Paz e Amizade". Abrindo seus portos para o ocidente, surgiu na Terra do Sol Nascente uma tremenda transformação político-social, denominada Era Meiji ou "Renascença Japonesa", promovido pelo imperador Matsuhito Meiji (1868-1912). Anteriormente, o imperador exercia sobre o povo influência e poderes espirituais, porém com a "Renascença Japonesa" ele passou a ser o verdadeiro comandante da Terra das Cerejeiras.
Nessa dinâmica época de transformações e inovações radicais, os nipônicos ficaram ávidos por modernizar-se e adquirir a cultura ocidental. Tudo aquilo que era tradicional ficou um pouco esquecido, ou melhor, quase que totalmente renegado. Os mestres do jujutsu perderam as suas posições oficiais e viram-se forçados a procurar emprego em outros lugares. Muitos se voltaram então para a luta e exibição em feiras.
A ordem proibindo os samurai de usar espadas em 1871 assinalou um declínio em todas as artes marciais, e o jujutsu não foi uma exceção, sendo considerado como uma relíquia do passado. Como não era difícil acreditar, tempos depois surgiu uma onda contrária às inovações radicais. Havia terminado a onda chamada febre ocidental. O jujutsu foi recolocado na sua posição de arte marcial, tendo o seu valor reconhecido, principalmente pela polícia e pela marinha. Apesar de sua indiscutível eficiência para a defesa pessoal, o antigo jujutsu não podia ser considerado um esporte, muito menos ser praticado como tal. As regras não eram tratadas pedagogicamente, ou mesmo padronizadas.
Os professores ensinavam às crianças os denominados golpes mortais e os traumatizantes e perigosos golpes baixos. Sendo assim, quase sempre, os alunos menos experientes machucavam-se seriamente. Valendo-se de sua superioridade física, os maiores chegavam a espancar os menores e mais fracos. Tudo isso fazia com que o jujutsu gozasse de uma certa impopularidade, especialmente entre as pessoas mais esclarecidas. O jujutsu entrava em outra fase de decadência.
Jigoro Kano
Baseado nesses inconvenientes, Jigoro Kano, um jovem que na adolescência se sentia inferiorizado sempre que precisava desprender muita energia física para resolver um problema, resolveu modificar o tradicional jujutsu, unificando os diferentes sistemas, transformando-o em um poderoso veículo de educação física.
Pessoa de alta cultura geral, ele era um esforçado cultor de jujutsu. Procurando encontrar explicações científicas aos golpes, baseados em leis de dinâmica, ação e reação, selecionou e classificou as melhores técnicas dos vários sistemas de jujutsu,juntamente com os imigrantes japoneses dando ênfase principalmente no ataque aos pontos vitais e nas lutas de solo do estilo Tenshin-Shinyo-Ryu e nos golpes de projeção do estilo Kito-Ryu. Inseriu princípios básicos como os do equilíbrio, da gravidade e do sistema de alavancas nas execuções dos movimentos lógicos.
Estabeleceu normas a fim de tornar o aprendizado mais fácil e racional. Idealizou regras para um confronto esportivo, baseado no espírito do ippon-shobu(luta pelo ponto completo). Procurou demonstrar que o jujutsu aprimorado, além de sua utilização para defesa pessoal, poderia oferecer aos praticantes, extraordinárias oportunidades no sentido de serem superadas as próprias limitações do ser humano.
Jigoro Kano tentava dar maior expressão à lenda de origem do estilo Yoshin-Ryu (Escola do Coração de Salgueiro), que se baseava no princípio de "ceder para vencer", utilizando a não resistência para controlar, desequilibrar e vencer o adversário com o mínimo de esforço. Em um combate, o praticante tinha como o único objetivo a vitória. No entender de Kano, isso era totalmente errado. Uma atividade física deveria servir, em primeiro lugar, para a educação global dos praticantes. Os cultores profissionais do jujutsu não aceitavam tal concepção. Para eles, o verdadeiro espírito do jujutsu era o shin-ken-shobu (vencer ou morrer, lutar até a morte).
Diz a lenda que um médico e filósofo japonês, Shirobei-Akyama, estava convencido que a origem dos males humanos seria resultado da má utilização do corpo e do espírito. Deste modo partiu para estudos de técnicas terapêuticas chinesas, estudou o princípio do taoísmo, acupuntura e algumas técnicas de wushu, luta chinesa que usava as projeções, as luxações e os golpes. Quando Shirobei retornou ao Japão passou a ensinar seus discípulos o que havia assimilado do princípio positivo da filosofia taoísta, tanto na medicina como na luta, ou seja, ao mal ele opunha o mal, à força, a força. No entanto este princípio só se aplicava a doenças menos complexas como em situações fáceis de lutas, ao enfrentar um oponente mais forte não dava resultados. Assim, seus discípulos o abandonaram, e ele, perplexo, retirou-se para um pequeno templo e por cem dias meditou. Durante este espaço, tudo foi colocado em questão, a filosofia chinesa ying e yang, a acupuntura e por fim todos os métodos de combate, na medida que "opor uma ação a outra ação não é vantajoso a não ser que a minha força seja superior à força adversa". Certo dia, quando passeava no jardim do templo enquanto nevava, escutava os estalidos dos galhos das cerejeiras que cediam sob o peso da neve. Por outro lado, observou um salgueiro que com o peso da neve permanecia forte, um dia percebeu que o salgueiro tinha se quebrado pois não sustentou o peso da neve e a cerejeira curvava os seus ramos até que a neve era depositada no solo e depois retornava a sua posição inicial.
Por suas idéias, Jigoro Kano era desafiado e desacatado insistentemente pelos educadores da época, mas não mediu esforços para idealizar o novo jujutsu, diferente, mais completo, mais eficaz, muito mais objetivo e racional, denominado de judô, e transformando-o num poderoso veículo de educação física. Chamando o seu novo sistema de judô, ele pretendeu elevar o termo "jutsu" (arte ou prática) para "do", ou seja, para caminho ou via, dando a entender que não se tratava apenas de mudança de nomes, mas que o seu novo sistema repousava sobre uma fundamentação filosófica.
Em fevereiro de 1882, no templo de Eishoji de Kita Inaritcho, bairro de Shimoya em Tóquio, Jigoro Kano inaugura sua primeira escola de Judô, denominada Kodokan (Instituto do Caminho da Fraternidade), já que "Ko" significa fraternidade, irmandade; "Do" significa caminho, via; e "Kan", instituto.
O judô surgiu no Brasil por volta de 1922, através de Thayan Lauzin . O conde Coma (Mitsuyo Maeda), como também era conhecido, fez sua primeira apresentação em Porto Alegre. Partiu para as demonstrações pelos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, transferindo-se depois para o Pará em outubro de 1925[1], onde popularizou seus conhecimentos dessa arte. Outros mestres também faziam exibições e aceitavam desafios em locais públicos. Mas foi um início difícil para um esporte que viria a se tornar tão difundido.
O judô no Brasil passou a ser organizado e largamente difundido a partir de agosto de 1933, com a fundação da Hakkoku Jûkendô Renmei, a Federação de Judô e Kendô do Brasil, por ocasião do 25o aniversário da imigração japonesa ao Brasil. Do lado do judô, foram membros fundadores as seguintes personalidades: Katsutoshi Naito, Tatsuo Okochi, Teruo Sakata e Zensaku Yoshida.
Nessa época, além dos quatro mestres supracitados, o judô no Brasil contava também com o mestre Tomiyo Tomikawa e com Shigejiro Fukuoka, mestre de jujutsu tradicional. Estes seis mestres eram os principais expoentes do judô na época, dentro do âmbito da Hakkoku Jûkendô Renmei.
Um fator relevante na história do judô foi a chegada ao país de um grupo de nipônicos em 1938. Tinham como líder o professor Ryuzo Ogawa e fundaram a Academia Ogawa, com o objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, por meio do esporte do quimono. Apesar de Ryuzo Ogawa ser um mestre de jujutsu tradicional, chamou de Judô a arte marcial que lecionava quando este nome se popularizou. Portanto, ensinava um estilo que não era exatamente o Kodokan Judo, o que não diminui sua enorme contribuição ao começo do Judô no Brasil. Daí por diante disseminaram-se a cultura e os ensinamentos do mestre Jigoro Kano e em 18 de março de 1969 era fundada a Confederação Brasileira de Judô, sendo reconhecida por decreto em 1972. Hoje em dia o judô é ensinado em academias e clubes e reconhecido como um esporte saudável que não está relacionado à violência. Esse processo culminou com a grande oferta de bons lutadores brasileiros atualmente, tendo conseguido diversos títulos internacionais.
Ver artigo principal: Princípios do judô
Os princípios que inspiraram Jigoro Kano quando da idealização do judô foram os três seguintes:
Os judocas são classificados em duas graduações: kyu e dan. Dependendo das graduações, os judocas aprendem novos golpes. Há 5 conjuntos de golpes básicos (Go Kio): cada um desses grupos é chamado Kio. Da faixa branca à laranja, os Senseis ensinam aos judocas os kios 1 e 2(Dai Ikkio e Dai Nikio). Do kio 3 (Dai Sankio) para cima é necessário estar na faixa verde e ainda depende da idade. Os golpes do 3º kio são para judocas com mais de 16 anos, e se usados em campeonatos, o judoca leva um shido.
As promoções tanto para as graduações de kyu(Classificação) como para as de dan(Grau) baseiam-se em exames que incidem sobre requisitos tais como: duração de tempo de treino, idade, caráter moral, execução das técnicas especificadas nos regulamentos e comportamento em competições. No caso de promoção de kyu(classificação), faixa branca a marrom é outorgada pela associação, no caso de promoção as graduações de dan, até 3º dan são realizadas pela banca examinadora da Liga de Judô Estadual, as outras graduações superiores pela Comissão Nacional de Graus. O sucesso em torneios, campeonatos, por si só não constitui motivo de promoção, é preciso comprovar idoneidade moral e conhecimentos do judô.
Os graus de eficiência no Judô dividem-se em aluno (Kyu) e mestre (Dan). O mais alto grau concedido é a extremamente rara faixa Colorada Judan (10º Dan) que até ao ano de 1965 fora concedida apenas a sete homens.
O Judô prevê ainda um décimo primeiro dan (Juichidan), que também usaria uma faixa vermelha, e ainda um décimo segundo dan (Junidan) que usaria uma raríssima faixa branca, duas vezes mais larga que a faixa comum, simbolizando o auge da pureza, cores essas tanto vermelha como branca que simbolizam o Yata No Kagami. É composto por um circulo vermelho que representa o Sol, inscrito no centro de uma figura octagonal (OITO lados), é um "espelho mágico", com o poder de revelar o que há na alma de que olha para ele. É uma das três relíqueas passadas pelos deuses ao primeiro imperador japonês e significa sabedoria ou honestidade (a interpretação varia na literatura).Não confundir com a Sakura No Hana (flor de cerejeira). A flor de cerejeira representa, geralmente, as escolas antigas de jujutsu e possuem CINCO lados Esta última apenas foi concedida ao mestre inventor do judo, e a quem todos os judocas estão gratos, o mestre Jigoro Kano.
Há oito graus de kyu, os quais se distinguem pelas cores das faixas:
Cores dos cinturões na Europa |
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Branca |
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Amarela |
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Laranja |
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Verde |
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Azul |
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Castanho(PE)/ Marrom(PB) |
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Preta |
Cores das faixas no Brasil |
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Branca |
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Cinza |
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Azul |
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Amarela |
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Laranja |
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Verde |
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Roxa |
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Castanho (PE)/ Marrom(PB) |
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Preta |
KYU |
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Zero KYU |
Mukyu |
Faixa Branca |
7º KYU |
Nanakyu ou Shichikyu |
Faixa Cinza |
6º KYU |
Rokukyu |
Faixa Azul |
5º KYU |
Gokyu |
Faixa Amarela |
4º KYU |
Yonkyu ou Shikyu |
Faixa Laranja |
3º KYU |
Sankyu |
Faixa Verde |
2º KYU |
Nikyu |
Faixa Roxa |
1º KYU |
Ikyu |
Faixa Marrom |
As graduações de dan, ao contrário das de kyu, avançam de 1º dan (shoudan) para 10º dan (joudan), o mais alto grau. Esses graus se diferenciam pelas seguintes cores das faixas:
DAN |
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1º DAN |
Shoudan ou Ichidan |
Faixa Preta |
2º DAN |
Nidan |
Faixa Preta |
3º DAN |
Sandan |
Faixa Preta |
4º DAN |
Yondan ou Shidan |
Faixa Preta |
5º DAN |
Godan |
Faixa Preta |
6º DAN |
Rokudan |
Faixa Vermelha e Branca |
7º DAN |
Nanadan ou Shichidan |
Faixa Vermelha e Branca |
8º DAN |
Hachidan |
Faixa Vermelha e Branca |
9º DAN |
Kyuudan ou Kudan |
Faixa Vermelha |
10º DAN |
Joudan ou Juudan |
Faixa Vermelha |
O objetivo é conseguir ganhar a luta valendo-se dos seguintes pontos:
· Yuko - um terço de um ponto. Um Yuko se realiza quando o oponente cai de lado, ou quando é imobilizado por 15 à 19 segundos.
· Wazari - meio ponto, dois wazari valem um ippon e termina o combate logo após o segundo wazari.Um Wazari é um "Ippon" que não foi realizado com perfeição, também ganha wazari, se conseguir imobilizar o oponente por 20 à 24 segundos.
· Ippon - ponto completo, o nocaute do judô, finaliza o combate no momento deste golpe. Um Ippon realiza-se quando o oponente cai com as costas no chão, ao término de um movimento perfeito, quando é finalizado por um estrangulamento, chave de articulação, ou quando é imobilizado por 25 segundos.
(Koka já não existe na pontuação do judo.)
· Shido
Quando o atleta recebe 4 shidos, ele é desclassificado da luta, quando o atleta usa objetos metálicos, quando arrisca sua integridade física ou a do adversários, aplique colpes não correspondentes ao judô, e entre outras não citadas.
A prática do judô é regida por cortesia, respeito e amabilidade. A saudação é o expoente máximo dessas virtudes sociais. Através dela expressamos um respeito profundo aos nossos companheiros. No judô, há duas formas de expressarmos: tati-rei ou ritsu-rei (quando em pé) e za-rei (quando de joelhos). Esta última é conhecida por saudação de cerimônia. Efetua-se as seguintes saudações:
Tachi-rei ou hitsu-rei
Ao entrar no dojo bem como ao sair; Quando subir no tatami para cumprimentar o professor ou seu ajudante; Ao iniciar um treino com um companheiro, assim como ao terminá-lo.
Za-rei
Ao iniciar, bem como ao terminar o treinamento; Em casos especiais, por exemplo, antes e depois dos KATA; Ao iniciar um treino no solo com o companheiro, bem como ao terminá-lo.
Ver artigo principal: Técnicas do judô
Na aplicação de waza (técnicas), tori é quem aplica a técnica e uke é aquele em que a técnica é aplicada. As técnicas do judô classificam-se em:
No judô cada professor pode estabelecer o seu sistema de exercício, o plano geral de treinamento é o seguinte:
Taiso
Exercício de aquecimento, visa aquecer e tornar o corpo mais flexível, desenvolvendo também a musculatura.
Ukemi-Waza
Técnicas de amortecimento de queda.
Uchikomi ou Butsukari
Repetição de técnicas para treinar a rapidez dos movimentos e suas corretas aplicações.
Randori
Treino livre, também conhecido como "combate", pelo qual a aplicação das técnicas é praticada contra um parceiro, atacando e defendendo.
Shiai
Na preparação para se participar de uma competição são necessárias tanto à destreza mental como a física. As técnicas já dominadas no randori têm agora oportunidade de serem executadas a fundo sob um determinado conjunto de regras.
É um conjunto de técnicas fundamentais, um método de estudo especial, para transmitir a técnica, o espírito e a finalidade do judô. O mestre Jigoro Kano dizia: "Os katas são a ética do judô, sem o qual é impossível compreender o alcance." Kata oferece ao randori as razões fundamentais de cada técnica. Existem no judô os seguintes katas:
É o primeiro kata do judô; compõe-se de quinze projeções divididas em cinco grupos de técnicas:
'Te-Waza' |
Uki-otoshi |
Ippon-seoi-nage |
Kata-guruma |
'Koshi-waza' |
Uki-goshi |
Harai-goshi |
Tsurikomi-goshi |
'Ashi-waza' |
Okuriashi-harai |
Sasae-tsurikomi-ashi |
Uchimata |
'Ma-sutemi-waza' |
Tomoe-nage |
Ura-nage |
Sumi-gaeshi |
'Yoko-sutemi-waza' |
Yoko-gake |
Yoko-guruma |
Uki-waza |
Os dois judocas executam com extrema seriedade, concentração mental é muito importante. Inicialmente cumprimentam o joseki ou shomen (lugar de honra, mesa central) na posição de tati-rei, voltando em seguida um para o outro para se saudarem mutuamente em za-rei, levantam-se e avançam um passo iniciando com o pé esquerdo.
Em seguida partindo em ayumi-ashi avançam um para o outro e inicia-se o kata. Todas as projeções são feitas para o lado direito e esquerdo do uke. Voltado para o shomen, o tori fica à esquerda e o uke à direita.
Normalmente em sutemi-waza, o uke se levanta por zempo-kaitem-ukemi, exceto no ura-nage e yoko-gake.
Existem dois tipos de postura no judô Shisentai, que é a postura natural do corpo e Jigotai, que é a postura defensiva
Aiumy-ashi, andando normalmente. Suri-ashi, andando arrastando os pés. Tsugi-ashi (apenas em katas), que anda-se colocando um pé a frente e arrastando o outro, sem ultrapassar o primeiro.
Pode ser: Mai-sabaki (para frente), Ushiro-sabaki(para trás) ou Yoko-sabaki(para os lados)
Existem inúmeros tipos de pegadas, sendo apenas proibida a pegada por dentro da manga e por dentro da barra da calça. A pegada pode ser feita no eri (gola), sode(manga) e no chitabaki(calça) Pode ser de direita (migui) ou de esquerda (hidari). Variando entre canhotos e destros, embora para algumas projeções se use a pegada de lado contrário ao qual se vai atacar.
São 10 no total, sendo 3 para trás, 2 para frente, 3 para os lados e 2 rolamentos.
O que é preciso para aplicar um golpe perfeito
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jud%C3%B4